Caminhar
Caminho por mim mesma,
centrada no meu pensar.
Olho de um lado,
depois o outro.
Olho por dentro,
olho por fora.
Olho de cima para baixo.
Olho de baixo para cima.
Vejo aquela menina,
perdida,
entre as folhas das goiabeiras,
a olhar o rio que passava.
Água que acenava
e me contava as histórias,
que trazia no seu leito.
Ali era o meu ninho,
a minha doce inspiração.
Respirava o dia inteiro,
o sonho e a emoção,
de conversar com os passarinhos.
O vento roçava a esperança,
vestida naquela criança,
que navegava por dias lindos.
Releio os sonhos,
com o mesmo encanto,
como se pudesse tudo recomeçar.
Mas...meus olhares, ainda, estão mornos,
para não me perder nos contornos,
que a vida me fez passar.
Olho o meu rosto marcado,
com as linhas da emoção.
A história ali pode ser lida,
desenhada...
nos fragmentos da vida.
Cada marca é um momento,
cada linha um sentimento,
nas entranhas do passado,
O caminho continua.
A emoção...quase nua.
Sentimentos debruçados,
no legado desenhado,
traçado e...
retraçado!