As árvores vão ao solo.
A mata ciliar, sem vestígio.
No inverno, o fogaréu
toma conta.
Tudo vira fumaça.
Os corvos se reunem
à beira do rio.
Conversam, longamente,
sobre o futuro das águas.
As nascentes, quase mortas,
ouvem caladas,
a preocupação anunciada.
A metereologia
anuncia: a aguaceira
vai chegar.
Cortinas escuras,
fecham a serra.
A água desce...
o vento assobia.
Os postes e as árvores
sucumbem na intempérie.
A cachoeira, quase seca,
vira uma corredeira gigante.
O barulho é assustador!
Todas as águas, vão conversando
e caminhando para o velho Paraíba.
O Rio segue calado, sujo, maltratado.
Triste, caminha contando a sua Verdade.
O Homem não vê, não sente,
não percebe a Vida que se esvai.
Sublime existência!
foto Zaciss