Quinze anos!
Sonhos.
Fantasias.
Do amor à alegria,
o despertar para a Vida.
A esperança surgia,
como a Lua tímida
que nasce atrás do morro,
anunciando belos raios,
no arrebol do outro dia.
Caminhos dialéticos:
de um lado,
o sangue puri
travava fortes diálogos
com as convenções
da origem européia.
Pensar...nem pensar!
Nuvens escuras
desciam sobre a paisagem.
Na Escola...
o Curso Normal,
possivel chave
para a sonhada liberdade.
O trabalho, no Municipal,
mascarava a tirania infernal.
Se de cá...
o poder absoluto reinava,
lá fora ..
a ditadura se instalava.
Nada de discussão.
Filsofia...
sob o olhar da subversão.
A formação era ditada
pelas regras da Revolução.
No trabalho,
do Tesoureiro vinha a provocação:
estudante não presta.
Não presta...não!
Hoje, esse homem é Patrono
da Escola sem janelas,
sem sonhos,
sem lábios risonhos,
descida pela goela
dos que habitam o lugar.
O lugar , ainda, vive
a opressão que dita regras,
sem qualquer meditação.
Se em casa nada podia,
lá fora ninguém se atrevia
uma simples contestação.
No Quinto Regimento
os colegas foram presos,
acusados de transgressão,
taxados de comunistas,
porque ousaram dizer não.
O sonho foi se esvaindo.
O medo desvelou a marca
do arremedo de Educação,
permitida pelos poderes
que dominavam a Nação.
Livrar-se dessa fobia
tornou-se um desafio.
Quisera não ter vivido
nem uma, nem outra
revolução.
Devagar...
vou construindo o meu perdão,
dentro ou fora do meu ninho,
ao longo do meu caminho.
Nessa toada,
a tristeza transmutou a dor
e a alegria tornou-se...
a busca infinita do Amor!