Amanhece o dia,
não vejo o horizonte,
nenhuma luz atrás do monte,
nem no tunel encolhido
entre as rochas da ilusão.
A noite escondeu-se,
sem emoção,
sem a esperança propagada.
Segue o engodo espalhado.
A cegueira acena para a multidão.
A única luzinha
vem do vagalume,
meu vizinho,
que risca os ares,
sem saber do acontecido.
As aves dão o tom
na sinfonia agoniada
para a dança dos pirilampos
à espera dos novos amores!
Que seja um curto tempo.
Um tempo de advento!