Assustadora pandemia,
transmutada em rosas,
sem poesia!
Dinheiros da Educação,
moeda de barganha.
Bilhões nas mãos
das escolhas espúrias.
Livros e tecnologia
perdem-se no labirinto da utopia.
Não há recursos,
não há tostão,
anunciam os arautos
do cacique da ilusão.
O debate político
não sorri para a Educação.
O futuro pagará o preço
do desapreço.
A Saúde segue em frangalhos,
sem a responsabilidade dos poderes.
A luta pela Vida,
na dolorida solitude,
caminha sem a empatia
da carruagem dos soberanos.
O reinado palaciano
confirma a negação da pandemia.
O povo movido pela coragem,
vai à luta contra o inevitável.
As almas partem...incontáveis!
Ressignificar os olhares...
é preciso!
Rotinas de maldades...
discursam no cotidiano:
ódio e desengano!
Desigualdades...
dão o tom nas ilhas dos humanos.
Mata!
Mata o diferente.
Mata a criança.
Mata a diversidade.
Mata o inocente.
Não há resposta
no âmago da sociedade.
Sem sensibilidade,
impera a fuga da racionalidade.
Os elegantes do beco do poder
dançam sobre a rima soberana.
A minoria
transformada em maioria...
sonha a vida
que de repente
tem o direito de viver
numa sociedade solidária.
Ainda...sonha!
A pandemia
encolheu a poesia.
Trouxe à tona...
o desejo da busca
e o direito do espaço de paz.
O arquipélago das incertezas
navega pelos ares.
Triste é a necropolíica
traduzida nas ações e saberes.
A Vida é maior que tudo isso!
foto by Zaciss