VERBO AMAR
Cresci ao lado e junto ao Colégio São Manoel de Lavrinhas. Seminário Salesiano... meninas de um lado, quase excluídas dos projetos voltados à Comunidade externa. Mesmo assim... aprendi muito nas Missas, inicialmente em latim, com o padre de costas para os fiéis. Na Capela... homens de um lado, mulheres de outro. Ah!... Mulheres com os véus na cabeça, identificavam as castas e não castas. Eu jurava pra mim mesma que jamais colocaria um véu preto na cabeça...e não coloquei. Mas, apesar de todo esse protocolo, o aprendizado da cultura religiosa foi intenso, assim como as peças teatrais, a banda, músicas sacras e clássicas... Aprendi gostar dos rituais religiosos, missas solenes, adoração ao Santíssimo. O Te Deum... o lindo hino me emociona até hoje.
Rememorei esse caminho da minha história ao sentar-me para admirar o belo ritual de coroação do Rei da Inglaterra Charles e sua esposa, a Rainha Camila. O Te Deum encerrou a maravilhosa solenidade, regada a poucas emoções ou sorrisos.
Tudo lindo, porém com ares de frieza, embora a nobreza carregasse o manto do ouro e diamantes por todos os poros. Vi, no final, um sorriso mais solto do Arcebispo da Cantuária, presidente do pomposo evento da coroação, talvez uma demonstração de fidelidade à realeza.
O que me toca profundamente, como mãe e mulher... o status protocolar do Príncipe Harry na cerimônia. Relegado à terceira fila, testemunhou a glória do seu pai Rei e da sua madrasta, revestidos dos mais elevados princípios dos bens materiais.
Fico pensando, se a Princesa Diana viva fosse... apesar de todas as confusões e intrigas entre Harry e a família real, esse seria o lugar do filho caçula no protocolo real?
Parece... que os habitantes do Planeta não aprenderam o verbo Amar!
Foto by Zaciss
Foto de bromélia no Parque Estadual Turístico do PETAR - Alto Ribeira
Região de Apiaí SP